domingo, 17 de abril de 2016

Impeachment de Dilma e os "ses"

Se o governo petista tivesse democratizado a mídia brasileira ou investido pesadamente em mídias alternativas (internet) com vistas a pluralizar a imprensa;

Se em 2012, na copa das confederações, o governo petista tivesse se sensibilizado com as manifestações;

Se, em 2013, o governo petista tivesse apoiado as  manifestações estudantis, fomentado a organização dos movimentos, comprometendo-se a levar adiante suas reivindicações;

Se, em 2013, o PT não tivesse, juntamente com os governos estaduais do PSDB e PMDB, reprimido as manifestações estudantis;

Se, diante das manifestações populares seguidas, o governo petista tivesse escutado o povo, como alertaram vários pensadores, como a querida Marilena Chauí;

Se Dilma não tivesse sido candidata do PT para as eleições de 2014, mesmo contra a vontade das bases do partido;

Se Marina tivesse vencido as eleições;

Se, após eleita Dilma, o governo petista se comprometesse a não lançar candidato a eleições para presidente em 2018;

Se, Lula, tivesse encerrado sua carreira política;

Se, no início das manifestações favoráveis ao impeachment, Dilma se comprometesse a realizar plebiscito sobre a continuidade de seu governo ou realizar novas eleições para presidente, junto com as eleições municipais de 2018;

São muitos "ses", os quais denotam distanciamento do governo petista em relação a opinião pública, apego ao poder e extrema falta de sensibilidade política coletiva. Caso qualquer deles tivesse se concretizado, não estaríamos vivendo esse impeachment.

Não sei o desfecho do processo de impeachment, porém mesmo que não seja vencedor, o governo Dilma não tem sustentabilidade para continuar. O que fazer? Dilma deve chamar eleições presidenciais para outubro desse ano. As questões legais devem submeter-se à Ética, Democracia e vontade popular. Alternativamente, Dilma poderá propor plebiscito sobre a continuidade do seu governo, comprometendo-se a renunciar caso o "NÃO" seja vitorioso. Trata-se da única saída verdadeiramente democrática. E se a oposição não apoiar essa saída ficará ainda mais patente sua posição anti-democrática.

Caso, o impeachment seja vencedor, quem serão os beneficiados? As apurações de corrupção, que atingem políticos de oposição, irão continuar? Infelizmente, o maior resultado será a redução da publicidade sobre as investigações do Lava Jato e outras quaisquer. Com isso, a Justiça ficará ainda mais livre para exercer a seletividade que mais lhe convier e que mais agradar aos novos governantes. E os velhos esquemas de corrupção persistirão.

A favor ou contra o impeachment, devemos refletir. Sem Democracia e Justiça, o que esperar dessa país?

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Pesquisas de opinião - impeachment Dilma

Pesquisas de opinião mostram entre 63 e 68% de apoio ao impeachment da presidente Dilma. Será verdade? O histórico de pesquisas eleitorais no Brasil demonstra manipulação das pesquisas. Por exemplo, no 1o turno das últimas eleições, as pesquisas de intenção de voto ao candidato Aécio alteraram-se muitíssimo nas últimas semanas. Será que nos meses anteriores ao 1º turno, as intenções de voto ao candidato Aécio não foram camufladas? Nesse período, o foco da disputa tornou-se Dilma versus Marina, as quais se atacavam mutualmente. Quem se beneficiou disso?

Ibope - 12 de setembro de 2014 - Dilma 39%, Marina 31% e Aécio 15%

Ibope - 04 de outubro de 2014 - Dilma 44%, Marina 24% e Aécio 26%

No Brasil, há necessidade de criação de um instituto de pesquisas isento, desvinculado dos interesses da elite econômica, caso contrário continuaremos sendo manipulados.